os pés em estado de resfriamento
o congelo do sol afastado a milhões e milhões de noites e de risos sórdidos
sorriso quase vivo
a morte desse mesmo silêncio hipócrita desse mesmo que sorri com
os olhos frios
naquela quase-manhã
amanhecer uma burrice grave desafinante
agride marca
(mais um homem degradante suspira suas
loucuras na fumaça alucinógena de uma ilusão aliviante)
Pra que serve essa vista calada?
se cada um de nós ainda espera (com um
medo estranho)
mais parece um remorso pela
vida
refletir os instintos de sorrir espinhos
ainda que mutuamente a morte mate
mexa-se, mova-se, altere-se, evolua
(gargalhada seca de um possível chamado demente)
a morte dos espíritos ainda silencia
nossos pés
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