quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

estarei de site novo


é isso
já devem ter percebido que não escrevo mais aqui neste blog.
é porque me mudei para um site meu
http://caleidoscopiodeamorim.com/

o site ainda está em construção, ou melhor, já está pronto, mas eu não o arrumei, diagramei direito, nem coloquei todos os textos deste blog para o site. quando isso for feito, aviso a todos.

abraços

fábio de amorim

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

poesia, fotografia e morcegos

os olhos desenham o contraste claro-escuro
não é dor, é o mais sublime silêncio
solidão pura



(trabalho do fotógrafo Miguel A. Cuesta de Málaga, na Espanha, tirado do site da zupi - mais nesse link)

cegos somos todos:

amor desejam
mas amar é o balé dos feios
o riso dos amargos
o contrário do inverso
a gravidade que balança o corpo
cabelos no teto do chão
a mão regendo a música da vida
morcegos são os outros
malucos somos todos




(já estas fotos são deste link, também tiradas do site da revista zupi)


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

bósnia na copa do mundo (na terra do sangue e mel)

no site da espn.com.br é possível assistir ao vídeo que escrevi e editei sobre a bósnia, seleção classificada pela primeira vez para uma Copa do Mundo.
não é uma crônica e não apurei nada de novo. mas ficou muito bom.
recomendo uma clicada nesse link do site...




acima, o mapa da região onde fica a bósnia.
abaixo, foto do filme de angelina jolie, ''in the land of blood and honey'', no Brasil é chamado de ''na terra do amor e do ódio'' - não sei se ''na terra de sangue e mel'' ficaria melhor ou pior... talvez melhor.
o pano de fundo do filme é a guerra da bósnia (link para o trailer).  (podem clicar nas imagens...)



humanos, ah, humanos!


a palavra é o amor dividido pela mão

tive poucos amores e muitas palavras 

certas palavras doem mais quando se vão
como se um pedaço da minha vida fosse embora também

 palavras, algumas, são espelhos
ditá-las, dizê-las, recitá-las
é como ver a si próprio no fundo da alma
é ter o medo preso à palma da mão:
basta escrevê-la

as palavras não duvidam e não sabem
a sabedoria e a certeza, quando existem,
onde estão?

porque viver incertezas e enfrentá-las 
é a massa que esculpe nosso caráter

e palavras são palavras
são inventadas, copiadas, seguidas

os surdos-mudos, todos, só precisam das mãos

o amor é amor
é inventado, copiado, seguido

os humanos só precisam acreditar


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

preguiça de gato

o que é a vida?
deve ser mais do que isso aí, abaixo
mas isso aí abaixo ajuda a explicar muito sobre essa mesma vida
ah, sim...



o felino

patas ao vento
flutuam flácidas sob a cômoda e a roupa largada e a cama casada
patas suaves moles e melindrosas
feito aves suntuosas
patas sem medo de quase voar

um voo sem asas
patas medrosas desconfiadas
unhas afiadas à língua felina
e o medo, só o medo, de nada, de tudo
a coragem é o próprio medo de não viver

patas públicas e pisadas particulares
procuram cortinas que sopram notas lúdicas
e as patas param, percebem e perturbam-se
respiram novos ares
sentem a luz e cheiram a novidade

alguém chama
as patas, surpresas, procuram a voz
então
pulam o precipício do vão entre a cômoda e a cama
porque todos sabem - principalmente quem ama -
é preciso responder a quem chama
e por isso as patas - amorosamente -
pisoteiam o corpo desprevenido, quase flácido

enfim
as patas descansam sobre a pele humana
como se fosse o travesseiro
como se fosse o propósito de tudo
uma vida de vento e luz: e o amor é mudo



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

a vida em improvisos

- quem é você?

- quem eu sou? quem eu sou... pergunta interessante. simples de responder, é só dizer um nome e profissão. mas se levarmos a pergunta a sério... não é tão simples assim para respondê-la

- você não sabe quem é ou não quer dizer?

- eu quero que você entenda: nós raramente sabemos quem somos. mas não vou deixar você sem resposta.
eu sou aquele que só faz o que quer. e todo o resto da minha personalidade, dos meus atos, pensamentos e emoções, tudo, está conectado inevitavelmente a isso. para o bem e para o mal.

- não sei se consigo entender o que você diz...

- claro que não. fui muito profundo e pessoal. mas se você tivesse um jeito de pensar dos enxadristas, me entenderia. enxergar várias jogadas à frente não é fácil, mas quem consegue, compreende tudo mais rapidamente. porque é possível fazer as conexões, é possível unir os pontos soltos. é como saber qual é a música ouvindo apenas a primeira nota.

o silêncio assumiu protagonismo na sala. nem a brisa, que invadia pela janela entreaberta, estava disposta a fazer qualquer ruído.

- e qual é seu estilo musical?

- jazz

- sua música?

- take five, do álbum time out, de 1959...

- escolha óbvia. quero saber qual é sua música de verdade. aquela que somente alguém como você, que só faz o que quer, escolheria...

- ...

- então?

- ...feeling good, com nina simone... eu sou essa música, dentro desse estilo, do tom, do som.

- agora já sei quem é você... e eu, você sabe quem sou?

- você é dança da solidão...

(continua em próximo post...)
site de  nina simone