vulgarizei a
informação econômica. fui chamado nos meios acadêmicos enciumados de ‘chacrinha
da economia’.
o problema é que
modernizar não é sofisticar. é simplificar.
em economia, é fácil
explicar o passado. mais fácil ainda é predizer o futuro. e difícil é entender
o presente.
a gestão da economia
tem apenas dois problemas. quando as políticas fracassam e quando as medidas funcionam.
não há soluções
políticas para problemas econômicos.
as bolsas de valores,
como os aviões, são cem por cento seguras: todo avião que sobe, desce.
no brasil, fomos
dopados pela cultura da abundância. irmã siamesa da cultura da ineficiência, da
acomodação e da tolerância. responsável pelo nosso atávico desperdício de
terra, de água, de mata, de energia, de sossego e de gente.
e no final das
contas, você só consegue explicar aquilo que entendeu.
por exemplo: quando
os preços sobem, é inflação, quando descem, é promoção.
mas explicar a emoção
de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário. e a quem não é
palmeirense... é simplesmente impossível.
tão difícil quanto
conviver com seis calendários no mundo de hoje. o gregoriano ou cristão. o
judaico, o islâmico, o japonês, o chinês e o calendário do futebol brasileiro.
é simples: se não
podemos melhorar o que causa a febre, pelo menos temos de melhorar a qualidade
do termômetro.
metade da humanidade
passa fome. a outra metade faz regime.
é isso. a natureza não
se defende. ela se vinga.
quando eu morrer, por
favor, não façam um minuto de silêncio. façam um minuto de barulho.
**** ((sempre fui fã de joelmir beting, como outros jornalistas também são. mas no meu caso, eu curtia suas tiradas, sua simplicidade nesse mundo estranho da economia. ironia e sarcasmo elegantes são para poucos privilegiados que têm o talento e a perspicácia de usá-los bem))