terça-feira, 31 de julho de 2012

O rival de Obama e a incrível capacidade dos republicanos em cagar e andar para o resto do mundo


acabou o giro internacional de mitt romney, rival de obama à presidência americana. para os democratas, o candidato foi um fiasco. para o próprio romney, seu tour foi um sucesso. mesmo com a coleção de gafes.

ele foi ao palácio presidencial em varsóvia, encontrou com o presidente da polônia, bronislaw komorowski. disse que os dois países são parecidos. pelo menos no que se refere à luta contra a cortina de ferro e a oposição à economia controlada pelo governo. deixou o líder trabalhista lech walesa em maus lençóis ao dizer que walesa apóia sua eleição nos estados unidos.

o republicano falou que os dois países devem seguir no caminho da economia robusta, e em direção a liberdade econômica e um estado menos controlador. ou seja, mais liberal. mitt vai na contramão do mundo - que, para se proteger de futuros especuladores que deixaram o mundo à mercê crise econômica, tenta controlar mais e regular mais o mercado. mas romney é um financista e só pensa e enxerga números.

ao citar a polônia como exemplo de economia, romney esqueceu de mencionar que o desemprego polonês é de 12,4%, maior do que a taxa americana, de 8,2%. primeiro, agradou judeus, quando foi a israel. depois, o objetivo da visita à polônia era agradar aos católicos e descendentes de poloneses nos estados unidos.   

mitt romney encerrou seu tour internacional, marcado por gafes, mas que lhe renderam doações generosas por parte dos judeus. foram seis dias no reino unido, israel e polônia. somente em jerusalém, o republicano conseguiu um milhão de dólares.

mesmo por que, dos britânicos seria difícil arrancar algo. principalmente depois de tê-los criticado pela organização dos jogos de londres. o governo inglês rebateu as críticas.

muito menos dos árabes, quando insinuou que o pib mais alto de israel em relação ao da palestina se devia à cultura dos judeus ser mais elevada. foi chamado de racista pelos palestinos, que atribuem seu pouco desenvolvimento às sanções econômicas apoiadas por israel.
também chamou jerusalém de capital de israel, provocando outra gafe. a cidade é disputada por palestinos e judeus.

gafes à parte, talvez mitt romney não estivesse realmente preocupado com suas declarações diplomaticamente desastradas. afinal, é da cultura tipicamente republicana ser agressivo com os chamados “inimigos” tracidionais dos estados unidos. os bush, pai e filho, eram assim. reagan também foi.

na polônia, romney fez questão, por exemplo, de reafirmar publicamente que a rússia é o inimigo geopolítico número um dos americanos. rótulo que é bem-vindo na polônia, nação que ainda teme os russos.

para a campanha do presidente barack obama, os escorregões diplomáticos de romney são uma vitória para os democratas.

o staff do presidente americano considerou que o republicano tropeçou no cenário internacional e pôs em dúvida sua capacidade para chegar a casa branca.

independentemente de arrecadar fundos para a campanha, o objetivo era apresentar mitt romney como alguém preparado e com talentos diplomáticos de líder mundial. o tal líder do mundo livre, como gostam de falar os americanos, especialmente republicanos.

ham... tá... 


domingo, 29 de julho de 2012

lagos e narciso


como se um pedaço da minha vida fosse embora. como se minha pele descarnasse toda e eu ficasse em carne viva, na chuva, no frio. 
ou no sol, no céu azul. a despedida foi pra mim um grito rouco pra ninguém ouvir... de que serve um grito se ninguém ouve? 
não estou acostumado a abraços, a convencionalismos sociais de tratamento. 
talvez por isso mesmo eu tenha me despedido de um modo tão sem graça,
sem afeto explícito. 
mas o desejo de envolver você nos meus braços, de te erguer e rodar e parar e te olhar nos olhos. olhar assim, sem medos, sem vergonhas, sem constrangimentos, olhar e
... te beijar.
eu via nos lagos, em cada lago, um pedaço de mim que nunca me pertenceu.
eu via na lua cheia a plenitude do instinto humano de querer
em cada lago a lua completa recitava seus versos
como se um poeta lutasse pelo mais belo poema
 
onde os lagos brilham teu sorriso, e o dilema é escolher a lagoa nua, 
ou a desnuda pela branca lua e muda
é tudo o que narciso quer:
uma verdade crua e mergulhar
ver a si próprio no fundo 
o amor seria isso? afogar-se em si, ou mergulhar em si?
os lagos juram amores... e eu me recuso a pular
quero a lua. 
e o meio mais próximo de chegar a ela é mergulhar em seu reflexo 
meu corpo não sabe nem boiar
então fiquei olhando as luas dos lagos 
sem saber se valeria a pena morrer afogado por um momento, um contato mínimo, virtual.

talvez seja tempo de aprender a nadar...
(não sou dono do relógio nem tenho salva-vidas)

sábado, 28 de julho de 2012

oral


sem fôlego
sem ar
sem você
dentro e fora de mim
sou vazia
inútil

sou preenchida pela força
pela alma
pela dor que nos lembra 
que vivemos
que me lembra: 
sou carne


minha boca te engole 
se fecha e abre
e o que me encanta mais
não é sentir a pulsação dentro da boca
é exatamente o momento em que meus lábios
saboreiam a pele do que falo
do teu que tanto falo
cheio de veias e enrugado e quente 
e feio e lindo e grosso 
e com um perfume maldito
de sexo
do mais indecente
sexo

todo o resto
é consequência

não se pode ter vergonha de mais nada
abra minha boca

domingo, 22 de julho de 2012

boca original


cada mordida tua
em qualquer parte do meu corpo nu
é um grito silencioso
impiedoso grito surdo que irrompe minha alma
como a chuva intensa que redesenha as ruas escuras
da cidade solitária

cada lambida tua
em qualquer parte do meu corpo
é como ouvir baby, i’m gonna leave you, dançando lentamente
com os braços bêbados escorregando dos ombros do homem que te conduz
pela imensidão da cidade solitária

cada beijo teu
em todas as partes do meu infinito corpo
é como despertar num sábado frio sem necessidade de levantar
abraçar o edredom, tocar djavan e pensar no amor
como se o amor fosse real

minha cabeça gira, meu corpo se contorce
meus quadris avançam e recuam, minha barriga contrai, as pernas tremem
os olhos lacrimejam e a boca seca...
os bicos endurecem e quase explodem meus seios
minha vagina desfaz-se em oceanos, até meu ânus relaxa e chama

eu quero chorar
não posso evitar
desesperadamente
eu quero
tua boca
em mim

ela diz


o que vi em você?
vi com minha pele:
ardendo, quase suando
minha pele umedecendo o caminho
para seus dedos percorrerem
deslizarem
da minha virilha pulsante
passando pela barriga
(uma pausa para admiração do meu umbigo)
seu dedo médio circulando em torno do umbigo
você sorri pra mim... safado
prossegue e sobe a ladeira do meu corpo
e se bifurcam seus dedos
como se quisessem ao mesmo tempo
elevar-se ao topo dos meus bicos
mas
eles continuam subindo
sua mão se abre, cheia de dedos
envolve meu pescoço
como um cachecol faria
e, como um leque,  sua mão se fecha em meu queixo
e os dedos tocam, roçam, 
sopram meus lábios em chamas
então me chamas tua
tu me dizes que meus lábios são teus

e eu pergunto:
- qual deles?

fotografia


vou sonhar de novo
fecho as gavetas
tranco as portas
cubro as janelas
com cortinas pretas
mas não posso ignorar
o terremoto vulcânico
do meu espírito

vou sonhar

ao que ainda parece
fora do tempo
a distância agradece
o sentido histórico
que parado no tempo
escondido num quarto
vê o poeta
rezar uma prece
revelar seus medos
se entregar ao sistema
desintegrar seu dilema

ao que ainda parece
dentro do quarto
a distância silenciosa
disparada num sorriso
expira seus dedos
em movimentos históricos
e beijos sem medos...
mesmo por quê
é só aparência

 (paixão) 
Poderia inventá-la

Criar uma sombra
                     sem a luz

Caberia tentar...

história


Era macia a palavra
uma letra caindo
gota a gota na pele
cada splash um sonho
pelos pêlos da carne

Era meu corpo tremendo
meus olhos vibrando
meu rosto queimando
meus lábios sorrindo
minha voz saindo e
cantando nunca sozinho

Era o verbo do tempo
um gesto, meu peito
manifestos olhares
soluço e trejeito
eu falo e me escuto
desse pé até o pulso
Plenamente satisfeito

Era uma vez um beijo

sábado, 21 de julho de 2012

15 de julho



antes do inverno chegar
do céu complexo verde-oliva alumiar
de chover pesadamente
do uivo sombrio do vento hibernal
da seiva cair do teu seio
antes do inverno esquentar
do inferno lambuzar as copas
da lama endurecer as almas
e da raiva buzinar trovoadas
antes de você nascer
nos últimos dias do outono
pra todos os dias de sono
uma folha caída em cada olho
no dia quinze de julho
sorrirás 
e bastará

a sabedora sui generis

Sobre tudo e sob todos quer saber 
e quer uma resposta quando não existe nem uma pergunta 
e sobretudo vem dizendo a cada instante um novo modo de olhar 
inventa um novo jeito de pensar 
e fala um pensamento novo numa fala muito sua muito nova nesse modo estranho de inventar 
e quer uma pergunta sendo que a resposta - nela - embutida está 
Quer saber o tempo todo sobre tudo e sobretudo sob todos os ouvidos surdos da multidão 
Agora quer saber se deveria ter uma razão pra tudo
mas isso não 
e quem sabe então se possa ver o sonho com a carne e o coração 
Mas ela não se cansa e reprisa toda cena até o fim até sair em conta-gotas toda fúria de seus sobretudos 
e sobretudo quer saber 
quer saber demais 
ela quer saber 
No peitoril da janela - ela - avisa: 
meninada, eu tô aqui né p’a tapá buraco, não, 
ou me dizem se vim do mesmo saco ou se costurei boca de tapado, ela disse Ela disse e quer saber 
Inventa um novo jeito de inventar um jeito novo de saber um novo 
Inventar um saber novo de novo de inventar 
e não parar de saber de querer 
de querer saber sobre tudo e sobre todos quer saber 
e quer um meio quer um fim 
mas ela nem sabe começar 
quem tem coragem de tentar amá-la assim?
  

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Os motivos da guerra na Síria


A guerra na Síria parece se transformar, no fim das contas, em um conflito sectário. A minoria alauíta tem o poder. Mas o está perdendo para os sunitas. O massacre de Treimsa - o sexto em mais de um ano de conflito - faz parte de um objetivo só: limpar a região para que os alauítas possam criar um estado independente.

Não houve massacre. Tudo foi resultado de uma operação militar. Houve confrontos entre forças de segurança e rebeldes. O dever do exército é defender os civis. Essa é a explicação do governo sírio. A afirmação foi dada pelo porta-voz do ministério do exterior, Jihad Makdissi. Não houve massacre.

Essa frase vai ecoar pela região de Treimsa durante anos. E dificilmente alguém irá convencer as mães e esposas que lamentam seus filhos e maridos mortos.
As mortes foram tão sangrentas, que há dificuldade em se definir o número de vítimas. O Observatório Sírio de Direitos Humanos acredita em 150 corpos. Testemunhas elevam esse número para 227. Enquanto o número de feridos rondaria os 300.

É a maior atrocidade já cometida desde que começou a guerra na Síria. Treimsa foi bombardeada durante horas, com helicópteros e artilharia pesada. Depois, soldados e paramilitares entraram na cidade para terminar o serviço.

Essas informações são negadas pelo governo sírio. Não houve nada disso, segundo o Ministério do Exterior. Muito menos helicópteros ou outras armas pesadas.
As Nações Unidas acreditam que o objetivo do regime era matar desertores e ativistas. E as imagens feitas pelos observadores confirmam o uso de armas pesadas.

As imagens mostram prédios destruídos, manchas de sangue em colchões, bombas que não explodiram e mulheres chorando. O ataque a Treimsa aumentou a pressão internacional contra o presidente Bashar Assad. 

Este é o sexto massacre de civis na Síria. E porque Assad estaria fazendo isso? Uma das hipóteses é de que o presidente sírio sabe que está perdendo a guerra. Províncias como Deir Zor escapam do controle do exército.

Além disso, os combates já chegaram a Damasco. Um estrondo de bombas se escutou desde o palácio presidencial. O que farão os Assad e seus seguidores da minoria alauíta quando os rebeldes começarem a conquistar a capital??

Os alauítas representam 10% dos 22 milhões de sírios. 75% são muçulmanos sunitas.
Enquanto os tiroteios, bombardeios continuam, membros da oposição síria e acadêmicos especialistas na região, têm uma suspeita.
Para eles, os fiéis de Assad não vão lutar até a última gota de sangue. Eles estariam planejando se manter a salvo na região noroeste do país. Nas montanhas e cidades costeiras de Latakia e Tartus, de onde são originários os alauítas.

Quando chegar o momento eles fugirão. As manifestações crescem. Os rebeldes se aproximam. A pressão internacional é maior. Quando não for possível evitar a queda de Damasco, os subordinados de Assad voltarão para as zonas alauítas.

Os rebeldes dizem que há tanto sangue nas mãos do regime, que será impossível que os fiéis de Assad vivam seguros. Por mais que tenham garantias, depois de entregar o poder.
A criação de um estado alauíta se converteu numa quase certeza. Isso é o que repete Abdel Halim Khaddam. Ele foi vice-presidente sírio até pouco antes de seu exílio na França em 2005.

Diz ele que os mísseis e armas estratégicas foram transferidos para o noroeste do país. Uma outra parte continua com a repressão. Mas a operação fuga está em marcha.

Por isso, nessa área em que pretendem habitar, se está produzindo uma limpeza étnica. Matando e aterrorizando os sunitas, para reduzir seu peso na região. Exemplo claro é o massacre em Treimsa. O regime de Assad, por mais que negue, está limpando a área para sua chegada.
Custe a lágrima que custar.

domingo, 15 de julho de 2012

- então?


-      acho melhor não
-      por quê?
-      você é barrigudo
-      eu emagreço!
-      você é fraco
-         eu musculeço
-         você é baixo
-         eu uso plataforma!
-         você é feio
-         plástica e maquiagem!
-         você é pobre
-         eu trabalho!
-         você não é inteligente
-         eu estudo
-         você nada faz direito
-         eu aprendo
-         não dá!!
-         por quê?
-         você está morto...!
-         Hum...

terminações


uma fenda profunda que pulsa e estremece meus ossos Capaz de raptar-me de mim para fundir-me com meus desejos sonhos paixões e amores Para confundir-me nas razões do meu olhar que se perdia no silêncio da fenda profunda Escavada em mim pelo tempo Pelos sussurros e por medo Essa fenda profunda que abre o compasso dos meus segredos para o mundo pelo menos agora aparece na dor dos medos E cada detalhe de mim pode sentir o silêncio como se fosse uma prece Meu corpo mergulha num sono profundo cujo tempo se esquece Atravessa minha fenda profunda que suspira impura Repousa em paz no mistério do espírito.
Meu espírito que aos mundos agradece

saída



Desejo ver teu pulso
quero ser impulsionado
quero contar o que você sente
desejo pular na tua rede
pulsar brilhante no teu umbigo
abraçar nos sete sentidos
em todos os lados
e descobrir-me
completamente
nu
não apresse meu apreço
há prece não há preço
estou preso numa prece
e acontece que o preço da prisão 
é pedir perdão e eu peço adeus

apresso minha prece
mas o preço é impressionante
muito maior que a pressão de duas bocas
que se beijam por paixão
Assim
expresso tudo o que parece
porque versos são a janela do meu coração

geleiras


os pés em estado de resfriamento
o congelo do sol afastado a milhões e milhões de noites e de risos sórdidos

sorriso quase vivo 
a morte desse mesmo silêncio hipócrita desse mesmo que sorri com os olhos frios
naquela quase-manhã


amanhecer uma burrice grave desafinante agride marca
(mais um homem degradante suspira suas loucuras na fumaça alucinógena de uma ilusão aliviante)

 Pra que serve essa vista calada?
se cada um de nós ainda espera (com um medo estranho)

mais parece um remorso pela vida


amanhecer sozinho ao pé de um caminho frio 
refletir os instintos de sorrir espinhos
ainda que mutuamente a morte mate 
mexa-se, mova-se, altere-se, evolua
(gargalhada seca de um possível chamado demente)

a morte dos espíritos ainda silencia nossos pés 

sábado, 14 de julho de 2012

segunda pessoa do singular


teu pescoço vermelho
Teu rosto azulado
a boca amarela
os pêlos castanhos
Teus olhos de pêra
as unhas sem cor
teu amor de terra-roxa
tuas coxas enlouquecem
tuas pernas bronzeadas
teu respirar em cor de manhã
o amanhã cor de pescoço rosa
tua pele enlouquecida

Que bom senso esse teu
de amar aos gritos
como se fossem dor
que só dói na lembrança?

Que bom senso é esse teu
de querer amar
como se o amor fosse meu?

não há donos
não há danos


extremos


chove o dia todo o dia inteiro chove pra mais de dias chove pouco mas sem parar  
o tempo esfria o tempo quente agora chove muito há muito tempo sem parar Pode chover o quanto pode

que a chuva não leva meu desejo
pode chover o dia inteiro
mas um dia para
o que não para nunca de molhar
é minha boca
quando toca a sua
nessa luta pra te beijar

(nossa chuva não provoca inundações
apenas desnorteamentos
terremotos e vulcões)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

depois

Eu choro depois do tapa

Eu rio depois do beijo eu desejo depois do grito

Eu piso depois eu cubro

Eu bato e depois eu bato

Assopro e depois arranho 

eu canto depois do sono


Apanho e depois aprendo...

o sabor do perfume

e se eu puser o meu beijo
nesse sorriso preciso
e se eu o puser, todo tímido,
no seu lábio felino
e se eu puser o meu toque
no seu nervosismo?

uma carga enigmática de sorrisos
procura uma cadeia
de pessoas fúteis
pra sorrir e sorrir
enigmaticamente

a língua caminha
e a tua voz abafa
o teu temor o teu rancor
que aí não sei a cor

esse sorriso distraído
esse beijo contido
essa boca:
um corte que corre pelo meio da noite

terça-feira, 10 de julho de 2012

passado


era o nosso corpo sambando na solidão de nossa pele pagã
era o nosso verso contagiando as leis naturais do universo insano
era o primeiro dia da primavera pulando pela janela que ardia
era o medo de errar consertando a distância entre correr e amar
era o segredo do ar dentro do corpo sagrado
um agrado beijar o arado e teu sangue escorrendo de mar
cultivei na lavoura da vida sementes de luz e
soprei em teu ventre vitrolas tocando buarque beethoven e luar que
era nosso corpo sambando sozinho
com a licença da viola de paulinho


((é só clicar no link e ouvir o cavaquinho de paulinho))