sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

as curvas de niemeyer (com vídeo)

a curva era sedutora. 
ela permite o ritmo poético de luz e sombra. 
a curva é misteriosa, porque não se vê o fim enquanto não se termina de percorrer a última linha ondulada. 
as retas que me desculpem, mas a curva é fundamental. 

a vida é um sopro. 
dura um minuto. 
e um minuto é demasiado curto. 
a arte é eterna. 
a obra humana dura para sempre porque fica na memória das pessoas. 
não é apenas concreto. 
a pedra, o metal, a argamassa não duram mais do que a alma e o coração dele, que desenhou a vida numa curva.

a objetividade é reta. 
e a retidão é qualidade admirável. 
será mesmo, caro mestre?

mas os retos de atitude são previsíveis. os curvilíneos, não. 

os monumentos estão aí para mostrar. 
eles seduzem com a sua sinuosidade. 
o olhar inesperado. 
esse jeito de ver o mundo na forma de conduzir a ponta do lápis.

o planeta é um círculo, uma curva que se encontra. 
as mãos, o coração também têm curvas. 
o sentimento humano é feito de estradas tortas e intrépidas. 

que é a vida? um frenesi, uma ilusão? 

responda, meu caro niemeyer. 
seria uma sombra, o reflexo da curva, talvez.

a vida começa e termina em um sopro.
e até a brisa quente do vento da vida, caminha em curvas imprevisíveis.


((clique aqui e assista à crônica que fiz para o jornal conectado da mega tv. material editado pela aninha e na voz do jorge))

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