você não sentiu todas as voltas que me fizeram cair de cara na quina, você não viu a cor de meus olhos pulando de dor quando gritei a vinte metros de altura, você não ouviu minhas conversas comigo mesma, sozinha e bêbada, você não tocou a labareda crepitante acreditando que a fogueira fosse pesadelo de filme, você não se queimou por ser ingênuo. você não se queimou por ser ingênua. você não cheirou a própria pele queimando, sem saber o que fazer. você não sofreu fisicamente, você não teve as dores do parto infinito, nem as angústias de um futuro indeciso, não amou tão intensamente que se desfez em finas gotas sem honra nem cara, tão intensamente que deixei de ser, só pra dar, e acabei sem corpo nem alma pra mim; você não se matou por dentro, só porque achava que dentro nada tinha que valesse investir, que valesse a pena, que valesse amar; você não sentiu a vida e a morte, o amor e o ódio, o simples e o complexo, você não percebeu os problemas, você não viu o sim e o não, talvez. você, sem saber disto e disso, sem saber nada, você diz que me conhece e que sabe o sinto, mas você nunca me viu nua, sorrindo à toa, nua, como sempre estive, como fui, nua, a clareza de minha nudez é tão natural que você finge não vê-la, e não sou rainha, mas acredite, estou nua, sou nua, sou minha, estou viva e você que morra de inveja.
o motivo deste blog caleidoscópio: esculpido em carrara é uma homenagem àqueles que dizem uma coisa mas as pessoas entendem outra. não acredite em tudo o que lê e ouve. nem eu acredito em mim. pra ficar claro: caleidoscópio é o nome do blog porque eu quero dizer que meu blog tratará de diversos assuntos... não tem regras. só bom senso. acredito que perguntar ofende, mas acima de tudo, faz pensar. e é isso o que quero: pensar. (eu não uso maiúsculas no blog)
sexta-feira, 5 de abril de 2013
POR DENTRO
você não sentiu todas as voltas que me fizeram cair de cara na quina, você não viu a cor de meus olhos pulando de dor quando gritei a vinte metros de altura, você não ouviu minhas conversas comigo mesma, sozinha e bêbada, você não tocou a labareda crepitante acreditando que a fogueira fosse pesadelo de filme, você não se queimou por ser ingênuo. você não se queimou por ser ingênua. você não cheirou a própria pele queimando, sem saber o que fazer. você não sofreu fisicamente, você não teve as dores do parto infinito, nem as angústias de um futuro indeciso, não amou tão intensamente que se desfez em finas gotas sem honra nem cara, tão intensamente que deixei de ser, só pra dar, e acabei sem corpo nem alma pra mim; você não se matou por dentro, só porque achava que dentro nada tinha que valesse investir, que valesse a pena, que valesse amar; você não sentiu a vida e a morte, o amor e o ódio, o simples e o complexo, você não percebeu os problemas, você não viu o sim e o não, talvez. você, sem saber disto e disso, sem saber nada, você diz que me conhece e que sabe o sinto, mas você nunca me viu nua, sorrindo à toa, nua, como sempre estive, como fui, nua, a clareza de minha nudez é tão natural que você finge não vê-la, e não sou rainha, mas acredite, estou nua, sou nua, sou minha, estou viva e você que morra de inveja.
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