sexta-feira, 17 de maio de 2013

beijos na augusta



enquanto corpos se afundam na areia movediça de suas camas
cabeças giram, corpos se contorcem
quadris estão fora do quadro
barrigas contraídas e pernas tremidas:
os olhos lacrimejam e a boca está seca
...

somos feito de carne também
mas algumas pessoas fazem fotossíntese

para que chaves de uma porta se posso atravessá-la?
a vida urbana é arte de desenho abstrato
som de impiedoso grito surdo
dessa rua cheia de pessoas solitárias
das almas nuas
percebe-se o suspiro alcoólico
um sussurro tão suave quanto a chuva fina

delas vê-se a pele umedecida
de gente dançando lentamente
com os braços bêbados escorregando

mãos aparando cada beijo vão

o caminho é sem volta




Nenhum comentário:

Postar um comentário

perguntar ofende, sim, mas e daí? pode escrever, comentar, perguntar, responder...