minhas
palavras são tão pequenas perto de tudo
e
cada segundo em que admiro melhor o teu brilho
nessa
escuridão secreta dos nossos sonhos
cada
segundo transforma-se
num estribilho
uma
canção que invade o delta do teu corpo
segredos
e segundos que vivemos como se fossem um soluço
um
repente súbito de uma estrofe cantada
disparada
na hora certa de dizer a coisa certa
minhas
palavras são pólvora
uma
provocação do amor
um
momento raro das peles juntas escuras ou claras
nossas
peles raras
minhas
palavras são taras
diante do sol e do
céu trovador
diante da natureza humana
tamanho
o desejo de tocar a porcelana
eu silencio
diante
do mistério de nós dois
me denuncio
...no
vão livre e na estrada
nas
paredes e nas escadas
no
estrado e nos estragos
entre
tantas carícias
que
não trocaram
todas
as confissões íntimas
que
não tiveram
(daquelas
aventuras no bosque
entre duas árvores
de vegetação amarga,
que respirava)
tudo
isso que nunca existiu
porque
não existe um “se”
há
um carinho diferente
e
o desejo permanente
de
não lembrar das angústias
trancafiadas no labirinto de cada um
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