quinta-feira, 6 de setembro de 2012

revelado


revelar o avesso de mim
o começo, o fim, tudo no mesmo corpo
vibração de opostos
tudo no mesmo espaço
dois olhares, duas faces
a unidade: dois
o gozo dos antônimos

única e essencial palavra,
 pura, eleva-se numa gota salgada
face dupla, cara e coroa
tudo no mesmo esperma
no mesmo germe
comunhão no ventre da alma
tudo no mesmo lugar ao mesmo tempo

agora
o outro de mim revela meu início
a estrada e o fim
tudo no mesmo poema
linguagem sagrada,
o que sempre soube
e já amava sem perceber
tudo no mesmo silêncio
solidão de quem sabe das próprias contradições

(em parceria atemporal com ana paula cordeiro)

Um comentário:

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