sexta-feira, 7 de setembro de 2012

imperativo

vem ver o que acontece lá fora
nasce a manhã 
nasce o homem, a dor, a aurora

vem ver o que padece lá, agora
o amor, o louvor, 
cinicamente fora de hora
vem ver

mas não esqueças tu, 
esquece tu, tudo
de trazer o guarda-chuva
pra guardar a chuva, claro, 
e prender o ódio ao raro
ao extravagantemente caro

vem tu
venha você
mas para ver o que entontece cá, 
aflora,
toda marca presa aos ventos de outrora

claro, puro, dolorido, mas vem

vê tu
se apetece o chá de amora
sem amor, só com ah!

acredito que virás atenta
mas vem pronta
que o mundo amortece mas não espera
vem ver o que nos embrutece feito pá 
cortando fora toda a flora juvenil
mas vem
vale a pena ver o que tece, já, 
todo sorriso em reparo... 

ora! então?
ninguém quer uma prece, 
nem saber onde a dúvida mora
porque o dia suicida-se

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