segunda-feira, 18 de junho de 2012

P A R A L I S I A


era um corpo estendido no chão
entre a calçada e a rua
era um corpo tremendo no chão

olhavam-passavam
paravam? não

Era uma boca espumando no chão
Epilepsia

Todo dia um sorriso em vão
Quem diria

Era a verdade estampada nas esquinas ou não

entre a lua e o prédio
na chuva no latido do cão - quem seria

Era meu rosto tremendo em choque
era a moça dos olhos castanhos
(cheia de não-me-toques)

era um homem novo de velho de novo
Sozinho (na companhia de olhos dos outros)

dos olhos veem sua própria fantasia
mas ninguém-ninguém parava (e sorria)

Era pobre esse corpo no chão
Era sujo de vida e era velho capacho nas vias da vida

Era lixo estendido no chão... e quase morria
O que pensavam os olhos-passantes?

Corriam... os olhos corriam

((de ligia kamada e fábio de amorim))

Nenhum comentário:

Postar um comentário

perguntar ofende, sim, mas e daí? pode escrever, comentar, perguntar, responder...