A solidão começou a fazer mais sentido pra mim quando
te conheci. Antes não me incomodava, ao contrário, a solidão era um conforto,
uma estrada. Nela eu seguia feliz, na ignorância feliz de não saber o que não
era solidão. Você estancou, fechou meus caminhos, destemperou-me das direções.
Foi simples. Quando te vi entendi o que era solidão. E decidi. Não queria ser
assim. Dentro de mim, o que era feto virou pesadelo. Revirava-se em mim uma
angústia sem fim, circulando pelas noites, fingindo ser uma dor ou várias dores.
Uma angústia que sabia doer sem matar, e quando eu percebia,
já tinha passado, já era dia. Toda descoberta é um prazer e um sofrimento.
Aprender é um prazer, mas o prazer nem sempre é suave como um beijo. Um beijo
também dói. Principalmente quando percebemos que nunca mais haverá o beijo.
Nunca mais eu seria o mesmo. Nunca. Você me consertou estragando, um desarranjo
fiquei. A solidão começou a fazer sentido, e a ter existência, quando te vi. Porque
sem você sinto falta de tudo.
Sentir falta da água doce depois de bebê-la.
O
engraçado é que você não sabe nada disso, nem desconfia. Talvez você nem tenha
me visto. Mais engraçado que isso? Eu te vi apenas três vezes. Tudo bem. Pode
rir. Prometo tentar uma risada. Estou tentando rir. Sim, estou. Logo, logo eu
começo a rir... é só esperar... paciência...
Lindo... Doce e suave.
ResponderExcluirNaomi